A UJS de Uberlândia luta para que seja realizado um Congresso VERDADEIRO da UESU
e para que essa entidade histórica volte a ser gerida pelos estudantes, não estando atrelada a quaisquer mandatos!


Leia NOTA DE ESCLARECIMENTO sobre o ato político realizado no dia 16 de junho de 2010.

Confiram TAMBÉM a reportagem publicada pelo Jornal Correio no dia 26 de junho de 2010.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A verdade sobre a atual situação da UESU

Reproduzimos abaixo notícia publicada no Jornal Correio no dia 26 de junho de 2010.

Conflito na Câmara expôs
utilização política da UESU
Entidade não tem sede própria e diretores não são estudantes
por Frederico Silva

A situação da União dos Estudantes Secundaristas de Uberlândia (Uesu) é um verdadeiro mistério. A entidade, que deveria representar os estudantes do ensino fundamental, médio e de cursos profissionalizantes, além de pré-vestibulares, não tem sede própria e parte de sua atual diretoria não cumpre os requisitos citados no estatuto para assumir os cargos.

Após o conflito protagonizado por dois grupos estudantis, no dia 16 de junho, no plenário da Câmara Municipal, a reportagem do CORREIO de Uberlândia tentou contato com os diretores da Uesu para obter informações sobre o processo de sucessão, que acontece no fim deste ano, e sobre eventuais irregularidades.

O atual presidente reeleito, segundo a ata das eleições de 2008, Leonardo Martins Lima, de 24 anos, não é estudante secundarista. Na ata, ele declarou ser estudante do Movimento de Assistência Estudantil, curso pré-vestibular ministrado por alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

De acordo com o coordenador do curso, Wilson Pereira, o presidente da Uesu foi matriculado no segundo semestre de 2008 e no primeiro semestre de 2009, mas, após este período, não consta no quadro de alunos matriculados. Leonardo Martins Lima foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado nos telefones informados nem no gabinete do vereador Gilmar Prado (PT), de quem é assessor parlamentar.

No dia da confusão na Câmara, um homem identificado como Samuel Martins Lara afirmou ser um dos diretores da instituição. Procurado pela reportagem, ele confirmou a informação, mesmo não sendo citado na ata da última eleição. Ele também afirmou ser matriculado no curso pré-vestibular Movimento dos Sem-Universidade (MSU), mas disse que o curso não tem sede própria. A reportagem do CORREIO não encontrou nenhum registro deste movimento em Uberlândia.


Endereço não existe mais


Estande é utilizado para distribuição de formulários de carteirinhas
A sede da Uesu, citada em seu estatuto, na avenida Afonso Pena, 547, sala 09, no Centro, não existe. Segundo funcionários da portaria do prédio, a entidade não funciona neste local há mais de dois anos.

Segundo Samuel Martins Lara, que diz ser diretor da Uesu, a entidade realmente não tem sede própria. “Realizamos os atendimentos aos estudantes diretamente nas escolas”, afirmou.

No Terminal Central, a Uesu possui um estande de distribuição de formulários para a confecção de carteirinhas de estudante para a meia-entrada. No local, os atendentes informaram que a entidade, por não ter sede, atende por um telefone citado em um cartaz junto ao estande. Ao ligar para o referido número, a reportagem foi atendida por um homem que se identificou como Gilmar e que também confirmou que a Uesu não tem sede. Quando a reportagem pediu para falar com o presidente da entidade, a pessoa solicitou o telefone de contato para retorno, que não aconteceu. O número do celular informado no cartaz é o mesmo utilizado pelo vereador Gilmar Prado.


Grupo questiona 4 pleitos


A reportagem do CORREIO de Uberlândia teve acesso às atas de eleições da Uesu de 2002 a 2008. Nos quatro pleitos realizados neste período as diretorias foram definidas por chapas únicas e consensuais, em eleições realizadas em congressos estudantis com a presença de representantes de parte das escolas de Uberlândia.

Em nenhuma destas eleições, o número de presentes passou de 40 estudantes, o que é motivo de questionamento pela União da Juventude Socialista (UJS), grupo que se envolveu no confronto com os atuais membros da Uesu, no dia 16, na Câmara Municipal.

“O congresso em que são realizadas estas eleições são monopolizados por um grupo, não é representativo. Queremos reativar as atividades do movimento, que está sem representação”, afirmou a presidente da UJS, Fátima Carvalho.


De assessores a presidentes


A ligação entre a Uesu e a família dos irmãos Weliton, Elismar e Gilmar Prado — hoje, todos com cargo eletivo — vem de longa data. Weliton Prado foi presidente da entidade por dois mandatos, em 1994 e 1998. Os presidentes seguintes são ou foram assessores parlamentares de um dos três irmãos nas esferas municipal e estadual do Legislativo.

O presidente eleito em 2002, Handryw-Max Bueno Teixeira, foi assessor de Weliton Prado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante o ano de 2003. Seu sucessor, Elton César Prates, eleito para o mandato 2004/2006, também foi assessor de Weliton Prado na ALMG em 2004, e de Elismar Prado na Câmara Municipal de Uberlândia, em 2005.

O atual presidente da Uesu, Leonardo Lima Magalhães, está no cargo desde 2006 e também tem uma carreira como assessor parlamentar. Em 2005 foi assessor de Elismar Prado na Câmara e atualmente está lotado no gabinete do vereador Gilmar Prado. Para o vereador Murilo Ferreira, a Uesu é usada pelos irmãos Prado como massa de manobra. “Na confusão na Câmara Municipal, eles armaram um circo para descaracterizar a intenção da reunião que era para falar sobre as irregularidades nas eleições da Uesu. Há anos eles usam a entidade como instrumento político.”


Formulário da entidade traz imagem de deputado


Samuel Lara, diretor da Uesu, diz que políticos apenas os apoiam
A Uesu emite carteirinhas gratuitas que dão direito aos estudantes a pagar meia-entrada em eventos diversos. No verso do formulário usado para que os estudantes preencham os dados consta a foto do deputado federal Elismar Prado e ações dele como parlamentar. Segundo Samuel Martins Lara, diretor da Uesu, a relação dos políticos com a entidade é normal. “Não temos ligação direta, eles apenas são amigos, apoiam as nossas ações”, afirmou.

De acordo com o deputado estadual Weliton Prado, a Uesu é independente e ele apenas apoia a entidade. Sobre a ligação da família Prado, com os últimos presidentes ele afirma que não vê problema. “Todos têm direito de ter um trabalho, não podemos misturar as coisas. Isto é um movimento político da oposição às vésperas das eleições”, disse.



http://www.correiodeuberlandia.com.br/texto/2010/06/27/45954/conflito_na_camara_expos_utilizacao.html

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